Tudo começou em 2002 quando, motivado por um amigo de academia, resolvi fazer um salto de paraquedas e pela primeira vez na vida sentir a sensação indescritível de despencar no ar durante infinitos 60 segundos, a cerca de 250 quilômetros por hora. Lembro-me como se fosse hoje: o Betinho, esse meu colega, me perguntou: “você já saltou de paraquedas?” E eu disse: “Nunca”. Ele: “Eu também não”. E os dois quase que juntos: “Então vamos!” Algo tão ingênuo e sincero, um espírito de aventura tomou conta de nossa alma e foi assim que decidimos saltar, com muita alegria, entusiasmo e determinação. E no paraquedismo quem pensa demais pode nunca fazer o primeiro salto.
Fomos até Campinas na Escola Azul do Vento, em pleno Campeonato Brasileiro de Pára-Quedismo, e logo nos candidatamos para o primeiro salto duplo de nossas vidas! Eu tinha 23 anos e não tinha noção da sensação que iria experimentar pela frente...
Ao subir no avião com o instrutor, o Brisola, a única coisa que vinha em minha mente era a pergunta “O que eu estou fazendo aqui? Acho que eu fiquei maluco”. O avião estava lotado de paraquedistas disputando o campeonato, todos felizes, cantando e eu morrendo de medo. Eu só olhava para o instrutor (que subiu os 4 quilômetros meditando, de olhos fechados), e pensava: “amigo, nós vamos morrer, se prepara!". Mas eu estava simplesmente a poucos minutos de ser introduzido ao melhor esporte do mundo. Vai entender! Aliás, a queda livre é um mundo a parte mesmo, experimentem... É o medo que subitamente desaparece quando tiramos os pés do avião e começamos a voar, voar...
As portas do avião se abriram, fizemos os procedimentos combinados e... 3, 2, 1 Goooooooo! Ele deu um looping comigo e começamos a despencar em queda livre, logo vi o terceiro homem se aproximando, o Rodrigo Kristensen, cameraflyer que filmou e fotografou todo o salto. A emoção era tão grande que em queda livre eu entrei num estado de tanta adrenalina, uma espécie de êxtase emocional, é como se entrássemos em outra dimensão física, mental, emocional e até espiritual... E entramos mesmo, faltam palavras no dicionário para esse novo "estado"! Por isso nos meus estudos sobre o assunto só chamarei de “estado de queda livre”. E uma das coisas que mais me fascina é justamente essa superação do medo a cada salto, devido às tecnologias avançadas dos equipamentos que conferem altos níveis de segurança ao esporte. E no Brasil contamos com instrutores altamente capacitados, então, vai por mim, não tem erro nenhum. É chegar e botar pra baixo!
Chegamos em terra firme com a máxima segurança e, como ocorre com a maior parte dos paraquedistas até hoje, a primeira frase que saiu da minha boca foi: “Quero saltar de novo”. Por isso o nome do meu Projeto... FLY AGAIN! Foram os melhores e mais bem vividos 60 segundos de toda a minha vida, isso eu posso dizer com toda a certeza.
A sementinha da queda livre foi plantada em mim e, como uma paixão a primeira vista, o paraquedismo nunca mais saiu da minha cabeça e dos meus projetos pessoais. No início de 2004 me formei no curso AFF (sigla para Accelerated Free Fall - o método mais avançado do mundo para quem deseja se tornar pára-quedista). Em 2005 sugeri uma pauta aos editores da revista Trip, que foi aceita de bate e pronto: descobri um psiquiatra residente em Belém do Pará, o Dr. José Paulo de Oliveira Filho, pioneiro no Brasil na percepção do potencial terapêutico do estado de queda livre. Escrevi uma reportagem de duas páginas para a revista sobre o trabalho do "Doutor Aventura": na época ele utilizava o paraquedismo para o tratamento complementar de distúrbios como ansiedade, depressão, estresse e dependência química.
E a matéria fez com que mais uma semente fosse plantada em meu coração: a de que o assunto tinha alto grau de ineditismo e que ainda tinha muito a ser explorado, tanto do ponto de vista científico como jornalístico. Segui adiante com esse projeto em mente e hoje ele está virando um estudo de pós-graduação, cujo tema será “Uma nova terapia dos ares: o potencial psicológico do estado de queda livre (60 segundos a 250 Km por hora) no tratamento complementar e redução dos efeitos de distúrbios como ansiedade, depressão, stress, síndrome do pânico e dependência química”.
Em um primeiro momento, a ideia é fazer cerca de 100 entrevistas para comprovar, quantitativa e qualitativamente, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Em uma segunda etapa, o sonho é entender as mudanças fisiológicas do organismo, quando deverei saltar com eletrodos na cabeça ou outros dispositivos pelo corpo para analisar as transformações neurológicas e hormonais que sofremos no estado de queda livre.
Esse é o início do Projeto FLY AGAIN!. O grande sonho, no entanto, é fazer 500 saltos paralelamente ao estudo científico, virar instrutor de salto duplo, estabelecer parcerias com clínicas de psicologia do país e levar para saltar, em Boituva-SP, grupos de pessoas que desejam provar os benefícios da queda livre e, logo em seguida, conceder entrevistas para a minha pesquisa.
O projeto será repleto de saltos e entrevistas, saltos e entrevistas... Até completar 500 saltos e 100 entrevistas! Vai dar tudo certo, tenho certeza!
Afinal, no pára-quedismo o que mais vale é aquela máxima: "a vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos momentos em que perdemos o fôlego de tanto rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade..." E eu vou além: “perdemos o fôlego de tanta emoção gerada nesse estado alterado de consciência chamado free fall”.
Valeu Galera!
Aloha Adrenalina...
Thiago Romero
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"Quando você tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve e para onde desejará voltar." Leonardo da Vinci
Clique aqui e leia a reportagem "Divã nas Nuvens" na revista Trip.
Fomos até Campinas na Escola Azul do Vento, em pleno Campeonato Brasileiro de Pára-Quedismo, e logo nos candidatamos para o primeiro salto duplo de nossas vidas! Eu tinha 23 anos e não tinha noção da sensação que iria experimentar pela frente...
Ao subir no avião com o instrutor, o Brisola, a única coisa que vinha em minha mente era a pergunta “O que eu estou fazendo aqui? Acho que eu fiquei maluco”. O avião estava lotado de paraquedistas disputando o campeonato, todos felizes, cantando e eu morrendo de medo. Eu só olhava para o instrutor (que subiu os 4 quilômetros meditando, de olhos fechados), e pensava: “amigo, nós vamos morrer, se prepara!". Mas eu estava simplesmente a poucos minutos de ser introduzido ao melhor esporte do mundo. Vai entender! Aliás, a queda livre é um mundo a parte mesmo, experimentem... É o medo que subitamente desaparece quando tiramos os pés do avião e começamos a voar, voar...
As portas do avião se abriram, fizemos os procedimentos combinados e... 3, 2, 1 Goooooooo! Ele deu um looping comigo e começamos a despencar em queda livre, logo vi o terceiro homem se aproximando, o Rodrigo Kristensen, cameraflyer que filmou e fotografou todo o salto. A emoção era tão grande que em queda livre eu entrei num estado de tanta adrenalina, uma espécie de êxtase emocional, é como se entrássemos em outra dimensão física, mental, emocional e até espiritual... E entramos mesmo, faltam palavras no dicionário para esse novo "estado"! Por isso nos meus estudos sobre o assunto só chamarei de “estado de queda livre”. E uma das coisas que mais me fascina é justamente essa superação do medo a cada salto, devido às tecnologias avançadas dos equipamentos que conferem altos níveis de segurança ao esporte. E no Brasil contamos com instrutores altamente capacitados, então, vai por mim, não tem erro nenhum. É chegar e botar pra baixo!
Chegamos em terra firme com a máxima segurança e, como ocorre com a maior parte dos paraquedistas até hoje, a primeira frase que saiu da minha boca foi: “Quero saltar de novo”. Por isso o nome do meu Projeto... FLY AGAIN! Foram os melhores e mais bem vividos 60 segundos de toda a minha vida, isso eu posso dizer com toda a certeza.
A sementinha da queda livre foi plantada em mim e, como uma paixão a primeira vista, o paraquedismo nunca mais saiu da minha cabeça e dos meus projetos pessoais. No início de 2004 me formei no curso AFF (sigla para Accelerated Free Fall - o método mais avançado do mundo para quem deseja se tornar pára-quedista). Em 2005 sugeri uma pauta aos editores da revista Trip, que foi aceita de bate e pronto: descobri um psiquiatra residente em Belém do Pará, o Dr. José Paulo de Oliveira Filho, pioneiro no Brasil na percepção do potencial terapêutico do estado de queda livre. Escrevi uma reportagem de duas páginas para a revista sobre o trabalho do "Doutor Aventura": na época ele utilizava o paraquedismo para o tratamento complementar de distúrbios como ansiedade, depressão, estresse e dependência química.
E a matéria fez com que mais uma semente fosse plantada em meu coração: a de que o assunto tinha alto grau de ineditismo e que ainda tinha muito a ser explorado, tanto do ponto de vista científico como jornalístico. Segui adiante com esse projeto em mente e hoje ele está virando um estudo de pós-graduação, cujo tema será “Uma nova terapia dos ares: o potencial psicológico do estado de queda livre (60 segundos a 250 Km por hora) no tratamento complementar e redução dos efeitos de distúrbios como ansiedade, depressão, stress, síndrome do pânico e dependência química”.
Em um primeiro momento, a ideia é fazer cerca de 100 entrevistas para comprovar, quantitativa e qualitativamente, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Em uma segunda etapa, o sonho é entender as mudanças fisiológicas do organismo, quando deverei saltar com eletrodos na cabeça ou outros dispositivos pelo corpo para analisar as transformações neurológicas e hormonais que sofremos no estado de queda livre.
Esse é o início do Projeto FLY AGAIN!. O grande sonho, no entanto, é fazer 500 saltos paralelamente ao estudo científico, virar instrutor de salto duplo, estabelecer parcerias com clínicas de psicologia do país e levar para saltar, em Boituva-SP, grupos de pessoas que desejam provar os benefícios da queda livre e, logo em seguida, conceder entrevistas para a minha pesquisa.
O projeto será repleto de saltos e entrevistas, saltos e entrevistas... Até completar 500 saltos e 100 entrevistas! Vai dar tudo certo, tenho certeza!
Afinal, no pára-quedismo o que mais vale é aquela máxima: "a vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos momentos em que perdemos o fôlego de tanto rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade..." E eu vou além: “perdemos o fôlego de tanta emoção gerada nesse estado alterado de consciência chamado free fall”.
Valeu Galera!
Aloha Adrenalina...
Thiago Romero
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"Quando você tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve e para onde desejará voltar." Leonardo da Vinci
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