sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Por onde andas o Projeto Fly Again?

Ufa… O paraquedismo e a queda livre como "uma nova terapia dos ares". Inspirado pelo título de meu projeto de pesquisa posso dizer que, por experiência própria, agora posso respirar mais aliviado, concordar com frases que tenho ouvido ao longo dos últimos anos e, com toda propriedade, afirmar: "a adrenalina é um santo remédio", "a queda livre é o sorriso que dura uma semana", "o paraquedismo é o melhor esporte do mundo"… Ainda não sei exatamente o porque, mas sempre que chego de umas e outras corridas de 1 hora aqui, depois dos saltos, ao redor das plantações de uva de Lodi-CA (a cidade é uma das maiores produtoras de vinho do Estado da Califórnia), meu corpo e minha mente respondem de forma diferente, me dando uma inspiração que só no esporte consigo encontrar….

Essa é mais uma comprovação de que, quando submetemos nosso corpo a um novo estado a que não estamos acostumados cotidianamente, como um cooper ou um salto de paraquedas, nosso organismo automaticamente libera substâncias como a serotonina (responsável pela sensação de prazer), adrenalina, noradrenalina e acetilcolina, que desenvolvem "um estado emocional intenso que é registrado de maneira privilegiada pelo fenômeno RAM (Registro Automático da Memória), formando janelas light power que são lidas, relidas e retroalimentadas, expandindo as áreas saudáveis do cérebro…", como bem disse o sábio escritor Augusto Cury, psiquiatra e autor de livros como Código da Inteligência, Nunca Desista De Seus Sonhos, O Futuro da Humanidade e Inteligência Multifocal. Ele foi um dos primeiros entrevistados do Projeto Fly Again! e, certamente, o primeiro a me oferecer uma explicação científica para o que eu chamo de "estado de queda livre" (os depoimentos podem ser lidos aqui nesse blog).

Para resumir, o Fly Again! é um estudo que na prática está comprovando, por meio de 100 entrevistas e 500 saltos de paraquedas, que a queda livre pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física, mental e emocional dos indivíduos, como superação de medos, melhora da auto-estima, alívio no stress, melhora nos níveis de ansiedade, etc. E nada melhor do que sentir na pele como os meus próprios níveis de ansiedade e hiperatividade têm baixado após os saltos, quando fico extremamente relaxado e quase anestesiado por muito tempo. O primeiro passo já foi dado: acabo de concluir os primeiros 500 saltos para que eu mesmo possa, a partir de agora, me formar instrutor de salto duplo e levar pessoas de diferentes idades e condições (sejam elas físicas, mentais e/ou emocionais) para saltar comigo. 

Para ver o vídeo do meu salto de número 500, clique aqui.

Depois de ter escrito 1.200 (mil e duzentas) reportagens para a Agência de Notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (www.agencia.fapesp.br) em 9 anos de trabalho na fundação paulista, e após minhas experiências no jornalismo da TV Cultura, TV Globo e Parque Tecnológico de São José dos Campos (ambiente de inovação que abriga laboratórios de pesquisa da Embraer e Vale Soluções em Energia), posso garantir que, no que diz respeito à conclusão das entrevistas, colher mais depoimentos interessantes é somente uma questão de tempo.

Tenho cerca de 20 entrevistas realizadas até o momento e a minha ideia é colher, pelo menos, mais 80 depoimentos para tentar comprovar, quantitativa e qualitativamente, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Em uma segunda etapa, o sonho será entender as mudanças fisiológicas do organismo após saltar com eletrodos na cabeça ou outros dispositivos pelo corpo para analisar as transformações neurológicas e hormonais que sofremos no estado de queda livre. Pretendo também colher amostras de sangue de indivíduos, antes e depois dos saltos, para, de modo comparativo, entender tais transformações fisiológicas e bioquímicas. 

Além de colocar a "casa" em ordem, organizar os pensamentos e atualizar esse blog (que logo irá virar um site que já está sendo construído, o www.flyagain.com.br… "Br" pois esse é um estudo brasileiro que deverá futuramente ser vinculado à alguma instituição de ensino e pesquisa do Brasil ou do exterior), escrevo esse texto como uma forma de "prestação de contas", principalmente aos veículos de comunicação que demonstraram interesse pelos resultados do projeto e que em breve receberão boas notícias da minha parte, entre eles Folha de S.Paulo, os programas Zona de Impacto da SporTV (TV Globo), Magazine Bandsports e Vídeo News (ambos da TV Bandeirantes) e Vida Melhor (Rede Vida), as revistas Mente e Cérebro, Aventura & Ação e Pesquisa FAPESP e o Portal IG (Editoria de Saúde).

Além disso, temos as matérias sobre o Projeto Fly Again! que já foram publicadas em veículos como Revista Boa Forma (Editora Abril), Revista Trip, dezenas de sites como o de esportes de aventura 360 Graus e a entrevista ao vivo por mim concedida para a All TV. A primeira reportagem, no entanto, que marca o início dessa minha ideia inusitada e até um pouco maluca de "terapia dos ares" foi por mim escrita para a Revista Trip, intitulada "Divã nas Nuvens".

Enfim, fica aqui mais esse registro e espero que tenham paciência as nossas "amigas" serotonina, adrenalina, noradrenalina, acetilcolina e muitas outras substâncias e neurotransmissores que ansiosamente aguardam "serem descobertas" com a prática de esportes como o paraquedismo, visando, entre outros benefícios, o tratamento complementar e a possível redução de efeitos de distúrbios como ansiedade, depressão, stress, hiperatividade, síndrome do pânico e dependência química. 

O que realmente me estimula é que toda vez que resolvo falar sobre esse projeto, onde quer que eu esteja, seja quando eu estava no Brasil ou agora nos EUA, sempre recebo palavras de motivação e incentivo, pessoas que são impactadas com essa nova possibilidade de "terapia dos ares" que eu estou propondo. E o que também mais me motiva, acima de tudo, é que muito além da teoria já temos algumas experiências e resultados práticos de pessoas que, estimulados a enxergar o esporte sob esse ponto de vista terapêutico, têm conseguido identificar na queda livre uma possibilidade não apenas de tratamento complementar ou redução de efeitos, mas de CURA, a exemplo de Jeferson Bernardes nesse depoimento abaixo. Como ele mesmo diz, voltou a saltar de paraquedas e "hoje não sente mais nada". Isso é algo fantástico, surpreendente!

“Sou paraquedista e amo muito o esporte. Quando tive um estado de depressão combinado à síndrome do pânico, busquei a ajuda de um psiquiatra que me pediu para evitar a queda livre por algum tempo. Segui seus conselhos e me afastei do esporte por alguns meses. Nesse período, tive acompanhamento médico e fiz tratamento com remédios. Mas à medida que me sentia melhor comecei a me impor novamente e, quando me senti mais preparado, decidi voltar a saltar e minha melhora foi mais acelerada. Hoje não sinto mais nada.”
Jeferson Bernardes, empresário de São Paulo
Quais transformações na fisiologia do nosso organismo são essas que o "despencar" 60 segundos a 250 quilômetros por hora nos proporciona? Quais substâncias são automaticamente liberadas em nosso organismo nesse "estado de queda livre? Tantas perguntas e algumas respostas… Mas muitas outras, dúvidas e esclarecimentos, ainda virão!

Mais uma vez agradeço a todos que acreditam nessa proposta! E bora saltar!

Thiago Romero





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