sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Por onde andas o Projeto Fly Again?

Ufa… O paraquedismo e a queda livre como "uma nova terapia dos ares". Inspirado pelo título de meu projeto de pesquisa posso dizer que, por experiência própria, agora posso respirar mais aliviado, concordar com frases que tenho ouvido ao longo dos últimos anos e, com toda propriedade, afirmar: "a adrenalina é um santo remédio", "a queda livre é o sorriso que dura uma semana", "o paraquedismo é o melhor esporte do mundo"… Ainda não sei exatamente o porque, mas sempre que chego de umas e outras corridas de 1 hora aqui, depois dos saltos, ao redor das plantações de uva de Lodi-CA (a cidade é uma das maiores produtoras de vinho do Estado da Califórnia), meu corpo e minha mente respondem de forma diferente, me dando uma inspiração que só no esporte consigo encontrar….

Essa é mais uma comprovação de que, quando submetemos nosso corpo a um novo estado a que não estamos acostumados cotidianamente, como um cooper ou um salto de paraquedas, nosso organismo automaticamente libera substâncias como a serotonina (responsável pela sensação de prazer), adrenalina, noradrenalina e acetilcolina, que desenvolvem "um estado emocional intenso que é registrado de maneira privilegiada pelo fenômeno RAM (Registro Automático da Memória), formando janelas light power que são lidas, relidas e retroalimentadas, expandindo as áreas saudáveis do cérebro…", como bem disse o sábio escritor Augusto Cury, psiquiatra e autor de livros como Código da Inteligência, Nunca Desista De Seus Sonhos, O Futuro da Humanidade e Inteligência Multifocal. Ele foi um dos primeiros entrevistados do Projeto Fly Again! e, certamente, o primeiro a me oferecer uma explicação científica para o que eu chamo de "estado de queda livre" (os depoimentos podem ser lidos aqui nesse blog).

Para resumir, o Fly Again! é um estudo que na prática está comprovando, por meio de 100 entrevistas e 500 saltos de paraquedas, que a queda livre pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física, mental e emocional dos indivíduos, como superação de medos, melhora da auto-estima, alívio no stress, melhora nos níveis de ansiedade, etc. E nada melhor do que sentir na pele como os meus próprios níveis de ansiedade e hiperatividade têm baixado após os saltos, quando fico extremamente relaxado e quase anestesiado por muito tempo. O primeiro passo já foi dado: acabo de concluir os primeiros 500 saltos para que eu mesmo possa, a partir de agora, me formar instrutor de salto duplo e levar pessoas de diferentes idades e condições (sejam elas físicas, mentais e/ou emocionais) para saltar comigo. 

Para ver o vídeo do meu salto de número 500, clique aqui.

Depois de ter escrito 1.200 (mil e duzentas) reportagens para a Agência de Notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (www.agencia.fapesp.br) em 9 anos de trabalho na fundação paulista, e após minhas experiências no jornalismo da TV Cultura, TV Globo e Parque Tecnológico de São José dos Campos (ambiente de inovação que abriga laboratórios de pesquisa da Embraer e Vale Soluções em Energia), posso garantir que, no que diz respeito à conclusão das entrevistas, colher mais depoimentos interessantes é somente uma questão de tempo.

Tenho cerca de 20 entrevistas realizadas até o momento e a minha ideia é colher, pelo menos, mais 80 depoimentos para tentar comprovar, quantitativa e qualitativamente, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Em uma segunda etapa, o sonho será entender as mudanças fisiológicas do organismo após saltar com eletrodos na cabeça ou outros dispositivos pelo corpo para analisar as transformações neurológicas e hormonais que sofremos no estado de queda livre. Pretendo também colher amostras de sangue de indivíduos, antes e depois dos saltos, para, de modo comparativo, entender tais transformações fisiológicas e bioquímicas. 

Além de colocar a "casa" em ordem, organizar os pensamentos e atualizar esse blog (que logo irá virar um site que já está sendo construído, o www.flyagain.com.br… "Br" pois esse é um estudo brasileiro que deverá futuramente ser vinculado à alguma instituição de ensino e pesquisa do Brasil ou do exterior), escrevo esse texto como uma forma de "prestação de contas", principalmente aos veículos de comunicação que demonstraram interesse pelos resultados do projeto e que em breve receberão boas notícias da minha parte, entre eles Folha de S.Paulo, os programas Zona de Impacto da SporTV (TV Globo), Magazine Bandsports e Vídeo News (ambos da TV Bandeirantes) e Vida Melhor (Rede Vida), as revistas Mente e Cérebro, Aventura & Ação e Pesquisa FAPESP e o Portal IG (Editoria de Saúde).

Além disso, temos as matérias sobre o Projeto Fly Again! que já foram publicadas em veículos como Revista Boa Forma (Editora Abril), Revista Trip, dezenas de sites como o de esportes de aventura 360 Graus e a entrevista ao vivo por mim concedida para a All TV. A primeira reportagem, no entanto, que marca o início dessa minha ideia inusitada e até um pouco maluca de "terapia dos ares" foi por mim escrita para a Revista Trip, intitulada "Divã nas Nuvens".

Enfim, fica aqui mais esse registro e espero que tenham paciência as nossas "amigas" serotonina, adrenalina, noradrenalina, acetilcolina e muitas outras substâncias e neurotransmissores que ansiosamente aguardam "serem descobertas" com a prática de esportes como o paraquedismo, visando, entre outros benefícios, o tratamento complementar e a possível redução de efeitos de distúrbios como ansiedade, depressão, stress, hiperatividade, síndrome do pânico e dependência química. 

O que realmente me estimula é que toda vez que resolvo falar sobre esse projeto, onde quer que eu esteja, seja quando eu estava no Brasil ou agora nos EUA, sempre recebo palavras de motivação e incentivo, pessoas que são impactadas com essa nova possibilidade de "terapia dos ares" que eu estou propondo. E o que também mais me motiva, acima de tudo, é que muito além da teoria já temos algumas experiências e resultados práticos de pessoas que, estimulados a enxergar o esporte sob esse ponto de vista terapêutico, têm conseguido identificar na queda livre uma possibilidade não apenas de tratamento complementar ou redução de efeitos, mas de CURA, a exemplo de Jeferson Bernardes nesse depoimento abaixo. Como ele mesmo diz, voltou a saltar de paraquedas e "hoje não sente mais nada". Isso é algo fantástico, surpreendente!

“Sou paraquedista e amo muito o esporte. Quando tive um estado de depressão combinado à síndrome do pânico, busquei a ajuda de um psiquiatra que me pediu para evitar a queda livre por algum tempo. Segui seus conselhos e me afastei do esporte por alguns meses. Nesse período, tive acompanhamento médico e fiz tratamento com remédios. Mas à medida que me sentia melhor comecei a me impor novamente e, quando me senti mais preparado, decidi voltar a saltar e minha melhora foi mais acelerada. Hoje não sinto mais nada.”
Jeferson Bernardes, empresário de São Paulo
Quais transformações na fisiologia do nosso organismo são essas que o "despencar" 60 segundos a 250 quilômetros por hora nos proporciona? Quais substâncias são automaticamente liberadas em nosso organismo nesse "estado de queda livre? Tantas perguntas e algumas respostas… Mas muitas outras, dúvidas e esclarecimentos, ainda virão!

Mais uma vez agradeço a todos que acreditam nessa proposta! E bora saltar!

Thiago Romero





quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Depoimentos Projeto FLY AGAIN! - "Uma nova terapia dos ares"


Fly Again! é um projeto de pesquisa que está comprovando, por meio de 100 entrevistas e 500 saltos de paraquedas, que a queda livre pode trazer inúmeros benefícios para a saúde física, mental e emocional dos indivíduos, como superação de medos, melhora da auto-estima, alívio no stress, melhora nos níveis de ansiedade, etc.


“Assim como um psicólogo ou psiquiatra no consultório, o instrutor de paraquedismo é a peça chave no tratamento do paciente, ele faz o papel de cuidador, de anjo da guarda, um sujeito que ensina o aluno a ter mais controle sobre sua própria vida durante a queda livre. Talvez o efeito de maior valor nesse processo seja o contato com esse anjo da guarda que é o instrutor, que precisa acalmar, levar alegria e passar segurança e confiança ao aluno. Depois que o atleta começa a saltar sozinho, ele começa a buscar novos objetivos e modalidades no esporte, mas mesmo assim ele pode crescer como paraquedista e continuar tendo o instrutor como uma referência que pode ter um papel fundamental em sua evolução clínica. A adrenalina, serotonina, noradrenalina e dopamina liberadas durante os saltos têm vida útil no organismo dos atletas e cabe a esse instrutor-cuidador estar sempre preocupado em retomar o tratamento terapêutico conjugado ao paraquedismo, quando a qualidade técnica dos saltos é avaliada e novos patamares começam a ser alcançados no esporte. No final das contas, instrutor e atleta acabam evoluindo junto no esporte e também em outras áreas de suas vidas.”

Ivan Capelatto é mestre em psicologia clínica, psicoterapeuta de crianças, adolescentes e famílias, é colaborador da Unesco com o Projeto Vida, é professor do Curso de Terapia Breve Familiar do The Milton H. Erickson Foundation, em Phoenix, no Arizona (EUA) e docente do Curso de Especialização em Medicina da Família da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É também autor de vários livros, entre eles “Diálogos sobre Afetividade - O Nosso Lugar de Cuidar” e “Prepare as Crianças para o Mundo”.


"Com a prática do paraquedismo, o cérebro cria uma nova plataforma com áreas responsáveis pelo deslocamento de um grupo de ‘janelas killer’ (ou zonas traumáticas) para um grupo de ‘janelas light’, onde há segurança, sentimento de superação, liberdade, prazer, capacidade crítica de pensar e reciclar os estados psíquicos. O indivíduo volta a existir, pensar, sonhar, sorrir e amar, de modo a dar sustentabilidade à sua melhora. Na queda livre, neurotransmissores como a serotonina (responsável pela sensação de prazer), mas também a adrenalina, noradrenalina e a acetilcolina, desenvolvem um estado emocional intenso que é registrado de maneira privilegiada pelo fenômeno RAM (Registro Automático da Memória), formando ‘janelas light power’ que são lidas, relidas e retroalimentadas, expandindo as áreas saudáveis do cérebro.”

Augusto Cury, escritor e psiquiatra, autor de livros como Código da Inteligência, Nunca Desista De Seus Sonhos, O Futuro da Humanidade e Inteligência Multifocal


“Quando eu saltei de paraquedas eu tinha um único objetivo: me livrar de alguns fantasmas da alma. E deu certo, consegui deixar eles lá no céu...”

Claudia Valeria Sorrentino, empresária de Florianópolis, Santa Catarina


“A queda livre provoca transformações neuroquímicas por causa das altas doses de adrenalina. Trata-se de uma resposta neural extrema, como se o cérebro do paciente fosse um prédio que acende todas as luzes de repente, o que modifica o pensamento, as emoções e o comportamento do indivíduo. A idéia é melhorar a auto-estima dos pacientes. Após os saltos, eles conseguem enxergar a vida sob outro prisma, passam a ser mais audaciosos e otimistas, duas mudanças que contribuem para a recuperação".

José Paulo de Oliveira Filho, psiquiatra paraense, o “Doutor Aventura”
Clique aqui e leia reportagem “Divã nas Nuvens” na revista Trip.

“Sou paraquedista e amo muito o esporte. Quando tive um estado de depressão combinado à síndrome do pânico, busquei a ajuda de um psiquiatra que me pediu para evitar a queda livre por algum tempo. Segui seus conselhos e me afastei do esporte por alguns meses. Nesse período, tive acompanhamento médico e fiz tratamento com remédios. Mas à medida que me sentia melhor comecei a me impor novamente e, quando me senti mais preparado, decidi voltar a saltar e minha melhora foi mais acelerada. Hoje não sinto mais nada.”

Jeferson Bernardes, empresário de São Paulo

“Quando eu comecei a saltar, fazia terapia holística e, na época, tive alta pois o paraquedismo veio preencher um certo vazio que eu sentia. Posso classificar minha vida antes e depois do paraquedismo. Existe uma cumplicidade entre as pessoas que saltam que acaba nos encorajando a praticar o esporte e nos motivando a sermos pessoas melhores, encontramos uma alegria contagiante. Minha auto-estima melhorou pois quando olhamos tudo lá de cima do avião, percebemos o que somos, o quão melhor podemos ser e acredito que a adrenalina promove uma alegria imensa que nos alimenta a semana inteira, até chegar o próximo salto. Para mim o paraquedismo sempre foi tudo de bom!"

Izamara de Bortoli, empresária de Francisco Beltrão, Paraná


“Medo eu tinha quando pensava em saltar de paraquedas antes de conhecer o Fly Again! Nunca havia associado o paraquedismo a benefícios psicológicos e, após ler os depoimentos do projeto, percebi que o esporte poderia ir além de uma simples diversão. Passei a enxergar o salto como uma terapia e, sinceramente, não senti medo nem ansiedade. Pratiquei a confiança, a calma, o relaxamento e iniciei meu preparo psicológico uma semana antes. No salto eu só quis colher os benefícios da queda livre, foi tudo muito tranqüilo. Ter encarado o paraquedismo como terapia fez TODA a diferença. E os efeitos do salto mudaram meu ponto de vista sobre muita coisa”,

Diogo Travagin da Silva, analista de sistemas de São Paulo, saltou com o Projeto Fly Again! no dia 11 de junho em Boituva

"Não digo que estou curado, mas hoje supero crises de medo com mais facilidade. Comparando com o salto de um avião a 4000 metros de altitude, muitos problemas em minha vida se tornaram pequenos."

Eric Forat, paciente do psiquiatra paraense José Paulo de Oliveira Filho com sintomas de depressão, após ter se submetido a uma bateria de saltos no aeroclube do Pará


quinta-feira, 28 de julho de 2011

“O Ministério da Saúde adverte: saltar de paraquedas causa uma saudável dependência”


Imagine você mergulhar nas nuvens e começar a voar em queda livre, a 250 quilômetros por hora, durante quase 1 minuto. Tente imaginar agora as sensações que seu corpo e mente são submetidos, quantas células, hormônios e neurotransmissores são ativados e alterados nesse “novo estado” a que seu corpo foi submetido. Imaginações à parte, o fato é que o paraquedismo, na minha opinião, causa uma saudável dependência. Tomo a liberdade de afirmar isso a partir de fortes evidências que aqui nesse artigo pretendo demonstrar.

O objetivo do meu Projeto FLY AGAIN! – “Uma nova terapia dos ares” é comprovar, por meio de 100 entrevistas e 500 saltos de paraquedas, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Para isso o estudo foi dividido em cinco vertentes principais: stress (1), ansiedade (2), depressão (3), síndrome do pânico (4) e dependência química (5).

As duas primeiras parecem ser mais fáceis de comprovar, os resultados são previsíveis, é muito evidente que essa descarga elétrica, hormonal e neuroquímica da queda livre seja capaz de aliviar o stress e nos deixar menos ansioso e mais relaxado. Tudo isso devido às altas doses de serotonina (responsável pela sensação de prazer), adrenalina, noradrenalina e a acetilcolina liberadas durante a queda livre, fazendo com que o cérebro do indivíduo, com a prática do paraquedismo, “crie uma nova plataforma com áreas responsáveis pelo deslocamento de um grupo de ‘janelas killer’ (ou zonas traumáticas) para um grupo de ‘janelas light’, onde há segurança, sentimento de superação, liberdade, prazer, capacidade crítica de pensar e reciclar os estados psíquicos”, como muito bem disse um dos meus primeiros entrevistados, o escritor e psiquiatra Augusto Cury.

Eu mesmo sou muito ansioso e, provando da minha própria terapia, garanto que por experiências próprias meus níveis de ansiedade caem significativamente após um salto, me deixando mais relaxado, tranqüilo e, ao mesmo tempo, em êxtase emocional e até meio anestesiado.

As outras três vertentes do Projeto FLY AGAIN!, no entanto, são mais complexas e sérias pois envolverão casos clínicos, de consultório, onde a meta será identificar hormônios e outras substâncias (como as que o nosso sábio escritor Augusto Cury relatou) que nosso organismo naturalmente libera quando submetido ao estado de queda livre e que, por consequência, são escassos em indivíduos com depressão, baixa auto-estima, pânicos e etc. Pretendo realizar esses estudos a partir de amostras de sangue colhidas antes e depois dos saltos e até com a utilização de eletrodos colados na cabeça durante a queda livre (para verificar a freqüência e a transição dos neurônios no cérebro, sinapes e outras coisitas mais...)

Nesse momento, no entanto, gostaria apenas de trazer algumas evidências e resultados preliminares de meus estudos para mostrar que a queda livre “vicia positivamente”, provoca uma “saudável dependência” e nos leva a estados alterados de consciência semelhantes às, imagino, sensações que um usuário de drogas tem quando fuma, cheira ou bebe.

Para contextualizar, a idéia do Projeto FLY AGAIN! começou em 2005 com uma reportagem que escrevi para a revista Trip (http://revistatrip.uol.com.br/revista/salada/diva-nas-nuvens.html). Um psiquiatra de Belém do Pará, o Dr. José Paulo de Oliveira Filho, deu os primeiros indícios de que levar pacientes para saltar de paraquedas seria um bom caminho para o tratamento de diversos distúrbios psíquicos, devido principalmente às altas doses de adrenalina envolvidas nos saltos. Como o Dr. Aventura disse na época, é como se o cérebro do paciente fosse um prédio com todas as luzes apagadas e que, quando submetido ao estado de queda livre, esse prédio-cérebro acendesse todas as luzes subitamente, em fração se segundos, o que mexe com a auto-estima e confiança do indivíduo, contribuindo diretamente para sua evolução clínica.

Eis que surgiu a primeira evidência, nessa mesma reportagem falei com um dependente químico que estava conseguindo substituir o “prazer” da cocaína pelas sensações que a queda livre proporciona. Ou melhor, substituiu o vício no pó pelo "vício" na adrenalina dos saltos e virou paraquedista. Segui adiante com minha ideia e, em conversas recentes com paraquedistas experientes em Boituva, venho obtendo relatos de casos maravilhosos a respeito do potencial terapêutico da queda livre. Pessoas que, muitas vezes sem se darem conta, estão usando o esporte em benefício próprio e tendo retornos extremamente positivos. Já me deparei com um instrutor de salto duplo que me confidenciou possuir um caso diagnosticado de síndrome do pânico e que usa seu trabalho aos finais de semana para tentar reduzir os efeitos de tal distúrbio; conheci um colega que teve um caso sério de depressão conjugado com síndrome do pânico e que, após ir ao psiquiatra, começou a tomar remédios e parou de saltar por um curto período. Mas quando começou a se sentir mais confiante voltou ao paraquedismo e sentiu que os efeitos da queda livre estavam sendo mais eficientes do que os efeitos dos remédios. E, com a prática contínua do esporte, ele simplesmente abandonou os remédios para depressão e síndrome do pânico e, nas palavras dele, “hoje não sinto mais nada”. Isso é incrível!

Dia desses, sabendo do meu projeto, uma psicóloga de uma clínica em Moema, na capital paulista, entrou em contato comigo para entender melhor a proposta do FLY AGAIN! e me convidar para uma palestra direcionada a dependentes químicos. A intenção dela é levar alguns pacientes para saltar e, assim, experimentar de que forma a queda livre pode contribuir para o tratamento deles. Um dependente em Crack, talvez por coincidência, relatou na ocasião que a sensação de quando ele fuma uma pedra é semelhante à de saltar de um avião, mas SEM o paraquedas. Esse rapaz nunca saltou de paraquedas e apenas usou sua imaginação para tentar descrever o que sente com a droga. Mas essa não deixa de ser mais uma pequena evidência da possibilidade de substituir o vício de uma droga pelas sensações da queda livre. Isso com a vantagem de que o paraquedismo é hoje um esporte seguro devido às tecnologias de última geração usadas nos equipamentos, que permitem que o praticante faça uma espécie de “salto para a vida”.

Confesso que eu gostaria de ter algum incentivo, seja público ou privado, para poder financiar os saltos duplos de, pelo menos, 10 dependentes químicos que estão abandonados pelas ruas do centro da cidade e, assim, por meio de entrevistas conseguir entender suas experiências com o paraquedismo e pedir que eles comparem as duas sensações. Dia desses eu também, muito injustamente, brinquei no meu Facebook dizendo que a Amy Winehouse foi “Crack” no que fez, sua música levou ao “Ecstasy” milhares de pessoas! Lançou cd, dvd, “LSD”, tudo “Baseado” nos shows! Teve grande “Carreira”... De fato, foi uma grande “Heroína”. Peço desculpas aos fãs da Amy pela brincadeira, mas eu também gostaria muito de, ainda que isso fosse quase impossível, ter convidado a cantora para um salto duplo nos EUA ao som de “Rehab”. Seria o máximo ouvir as impressões pessoais dela.

Enfim, não estou querendo impor aqui nenhum tipo de filosofia, teoria ou ideia sem embasamento técnico-científico. Venho com esse artigo, no entanto, abrir um novo campo de discussões para que pessoas que já saltaram ou ainda saltam de paraquedas possam dividir experiências com o objetivo único de somar novos conhecimentos e descobertas sobre o assunto. No título desse artigo, com o termo “saudável dependência” remeto àquela necessidade de sermos ou estarmos dependentes de coisas boas desta vida e de tudo aquilo que nos dá prazer, como a dependência de passar uma tarde de sol no parque ou na praia com a família, a dependência de assistir a um jogo de futebol e jogar conversa fora com os amigos ou até mesmo a dependência de praticar um esporte que certamente trará benefícios para o corpo, alma e espírito.

Enfim, gostaria de abrir essa discussão através desse Blog, Facebook ou pelo thiago.andre.romero@gmail.com. Para isso, incentivo os leitores desse artigo a responderem duas perguntas no meu e-mail:

- No seu ponto de vista, a queda livre pode causar essa “saudável dependência” a que me refiro? De que forma?

- Você acredita ser possível um dependente químico de drogas leves conseguir substituir gradativamente, sempre com acompanhamento médico e psiquiátrico, o vício das drogas pelo “vício” da queda livre, devido às altas doses de adrenalina e etc.?

Acho que cabe a mim aqui, Thiago Romero, ser o primeiro a tomar uma posição. Na minha opinião, a resposta é SIM para as duas questões. O Projeto FLY AGAIN! também tem uma vertente fortíssima de inclusão social, não apenas quando proponho a levar ansiosos, estressados, depressivos e até dependentes químicos para saltar comigo, mas também porque desejo poder saltar com pessoas com sérias limitações físicas, como paraplégicos e tetraplégicos. Fico imaginando a alegria de uma pessoa ao sair de uma cadeira de roda e tomar coragem para saltar de um avião a 4 mil metros de altura, sabendo que chegará em segurança no solo, talvez com mais segurança do que quando essa mesma pessoa precisa atravessar a rua numa cidade caótica como São Paulo.

Fica aqui lançado o desafio! Além de toda psicologia e emoções envolvidas no Projeto FLY AGAIN!, ele tem uma importante vertente social quando reunimos grupos de pessoas que, como qualquer outro esporte, têm a oportunidade de se conhecerem e fazerem novas amizades durante os saltos em Boituva (SP). Mesmo que com isso estejamos correndo sérios “riscos” de nos tornarmos “dependentes saudáveis” de uma das sensações mais indescritíveis que nosso criador pode nos oferecer. Viva a queda livre!

FLY AGAIN!
Abraços,
Thiago Romero
11 – 7884-8919
thiago.andre.romero@gmail.com

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Segunda Chamada: Saltos nos dias 23/24 de julho, em Boituva (SP)



Amigos (as)!

Estamos organizando um novo grupo de pessoas interessadas em conhecer o mundo da queda livre em um salto duplo de paraquedas, nos dias 23/24 de julho, em Boituva (SP), e que em seguida possam, eventualmente, conceder uma rápida entrevista sobre suas impressões pessoais do salto para meu projeto de pesquisa “Uma nova terapia dos ares: o potencial psicológico do estado de queda livre (60 segundos a 250 Km por hora) no tratamento complementar e redução dos efeitos de distúrbios como ansiedade, depressão, stress, síndrome do pânico e dependência química”.

O estudo incluirá cerca de 100 entrevistas para comprovar, quantitativa e qualitativamente, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Além de estudar pessoas com os sintomas acima mencionados quando submetidas ao que eu chamo de “estado de queda livre”, outro grande objetivo do trabalho é mostrar que o paraquedismo é um esporte seguro, saudável e que pode ser praticado por qualquer indivíduo, com inúmeros benefícios para a saúde física, mental e emocional, como superação de medos, melhora nos níveis de auto-estima, alívio no stress, etc.

O escritor e psiquiatra Augusto Cury, autor de livros como Código da Inteligência, Nunca Desista De Seus Sonhos, O Futuro da Humanidade e Inteligência Multifocal, foi um dos primeiros entrevistados do Projeto FLY AGAIN!

Em resumo, ele disse: “Com a prática do esporte, o cérebro cria uma nova plataforma com áreas responsáveis pelo deslocamento de um grupo de ‘janelas killer’ (ou zonas traumáticas) para um grupo de ‘janelas light’, onde há segurança, sentimento de superação, liberdade, prazer, capacidade crítica de pensar e reciclar os estados psíquicos. O indivíduo volta a existir, pensar, sonhar, sorrir e amar, de modo a dar sustentabilidade à sua melhora. Na queda livre, neurotransmissores como a serotonina (responsável pela sensação de prazer), mas também a adrenalina, noradrenalina e a acetilcolina, desenvolvem um estado emocional intenso que é registrado de maneira privilegiada pelo fenômeno RAM (Registro Automático da Memória), formando ‘janelas light power’ que são lidas, relidas e retroalimentadas, expandindo as áreas saudáveis do cérebro.”

Em uma parceria inédita do Projeto FLY AGAIN! com a escola Azul do Vento (http://www.azuldovento.com.br/saltoduplo.asp), conseguimos fechar os saltos duplos com filmagem + 30 fotos por R$ 380,00 em duas vezes sem juros no cheque. Como estou levando grupos grandes, consegui um desconto de R$ 19 por salto, que era R$ 399,00. O acerto será feito diretamente na escola e são necessários apenas 15 minutos de orientação no solo com o instrutor para o salto. Escolhemos a Azul do Vento pela seriedade e credibilidade dessa escola ao longo dos últimos anos, além dela contar com equipamentos de última geração e excelentes profissionais em seu STAFF. A escola possui 30 anos de história no esporte e é uma das escolas mais tradicionais e conceituadas de todo o mundo.

Fica aqui registrado o convite para esse novo desafio! Pessoas interessadas em um salto duplo de paraquedas nos dias 23/24 de julho, em Boituva (SP), e participar do Projeto FLY AGAIN com seus depoimentos, podem enviar um e-mail com nomes e contatos para thiago.andre.romero@gmail.com.

Aloha Adrenalina!





Abraços e obrigado,





Thiago Romero
11 – 7884-8919

quarta-feira, 25 de maio de 2011

"Após retornar para o esporte, a minha melhora foi acelerada e hoje não sinto mais nada"


Essa manhã fui presenteado com o depoimento do Jeferson Bernardes, um paraquedista que interrompeu os saltos por orientação de seu psiquiatra, mas mal sabia ele que o próprio paraquedismo poderia ser responsável pela sua melhora (depressão e síndrome do pânico), uma evidência de que estou no caminho certo! Segundo ele, "Após retornar para o esporte, a minha melhora foi acelerada e hoje nao sinto mais nada". O Jeferson deverá ser o próximo entrevistado para meu estudo "Uma nova terapia dos ares". FLY AGAIN!

Segue na íntegra o depoimento dele:

"Thiago,

Em primeiro lugar gostaria de parabeniza-lo pelas sabias palavras postadas neste blog. Me identifiquei com cada paragrafo escrito. Sou paraquedista e amo muito este esporte. No ano passado tive o prazer de saltar interrompido devido a um estado de depressao combinado a syndrome do panico que ate hoje nao consegui entender muito... bem porque isso aconteceu comigo. Quando me vi nesta situacao busquei ajuda de um psiquiatra que vem me ajudando muito. Quando me vi nesta situacao a primeira pergunta que fiz para ele foi " doutor isso que estou passando pode me tirar do esporte que tanto amo?". Imediatamente ele me respondeu que eu evitasse este tipo de situacao por um tempo, pois eu associava todos os locais aos quais eu tinha meus momentos de panico a lugares proibidos aos quais eu nao deveria mais voltar. Segui os conselhos dele e me afastei do esporte por alguns meses. Neste periodo tive um acompanhamento medico e fiz tratamento com remedios. Na medida em que me sentia melhor comecei a me impor novamente a voltar para os lugares antes considerados proibidos. Quando me senti um pouco mais preparado decidi voltar a saltar. Apos retornar para o esporte a minha melhora foi acelerada e hoje nao sinto mais nada. Estou escrevendo isto porque nao so acredito na sua tese, mas porque vivenciei isto.

Parabens pela iniciativa!!!!!!"

terça-feira, 24 de maio de 2011

A união do Paraquedismo e da Psicologia...


Acabo de entrevistar o escritor e psiquiatra Augusto Cury para o meu projeto de pesquisa, um dos primeiros a dar uma explicação científica ao que eu chamo de "estado de queda livre".

Ele disse: “Quando o paciente está com a mente hiper-acelerada, na lama de suas preocupações, com idéias angustiantes, pensamentos antecipatórios e até resgatando seu passado para imprimi-lo em culpa, não importando a origem do estado de ansiedade ou do humor depressivo, se você o desafia a saltar de paraquedas, ele romperá com o cárcere da rotina e seu cérebro deslocará um grupo de “janelas killer” (ou zonas traumáticas) para saltar, fisicamente e psicologicamente, para um grupo de “janelas light”, onde há segurança, sentimento de superação, liberdade, prazer, capacidade crítica de pensar e reciclar os estados psíquicos.

Com a prática do esporte, o cérebro do paciente cria uma plataforma com novas áreas que, mesmo tendo uma história doentia, faz com que ele volte a existir, pensar, sonhar, sorrir e amar, de modo a dar sustentabilidade à sua melhora.

Nesse estado de queda livre (em que o paciente despenca durante um minuto a 250 quilômetros por hora), os neurotransmissores, em especial a serotonina (responsável pela sensação de prazer e bem-estar), mas também a adrenalina, noradrenalina e a acetilcolina, desenvolvem um estado emocional intenso que é registrado de maneira privilegiada pelo fenômeno RAM (Registro Automático da Memória), formando “janelas light power” que são lidas, relidas e retroalimentadas, expandindo as áreas saudáveis do cérebro”.

Obrigado Dr. Cury

Projeto FLY AGAIN! O Nascimento...


Tudo começou em 2002 quando, motivado por um amigo de academia, resolvi fazer um salto de paraquedas e pela primeira vez na vida sentir a sensação indescritível de despencar no ar durante infinitos 60 segundos, a cerca de 250 quilômetros por hora. Lembro-me como se fosse hoje: o Betinho, esse meu colega, me perguntou: “você já saltou de paraquedas?” E eu disse: “Nunca”. Ele: “Eu também não”. E os dois quase que juntos: “Então vamos!” Algo tão ingênuo e sincero, um espírito de aventura tomou conta de nossa alma e foi assim que decidimos saltar, com muita alegria, entusiasmo e determinação. E no paraquedismo quem pensa demais pode nunca fazer o primeiro salto.

Fomos até Campinas na Escola Azul do Vento, em pleno Campeonato Brasileiro de Pára-Quedismo, e logo nos candidatamos para o primeiro salto duplo de nossas vidas! Eu tinha 23 anos e não tinha noção da sensação que iria experimentar pela frente...

Ao subir no avião com o instrutor, o Brisola, a única coisa que vinha em minha mente era a pergunta “O que eu estou fazendo aqui? Acho que eu fiquei maluco”. O avião estava lotado de paraquedistas disputando o campeonato, todos felizes, cantando e eu morrendo de medo. Eu só olhava para o instrutor (que subiu os 4 quilômetros meditando, de olhos fechados), e pensava: “amigo, nós vamos morrer, se prepara!". Mas eu estava simplesmente a poucos minutos de ser introduzido ao melhor esporte do mundo. Vai entender! Aliás, a queda livre é um mundo a parte mesmo, experimentem... É o medo que subitamente desaparece quando tiramos os pés do avião e começamos a voar, voar...

As portas do avião se abriram, fizemos os procedimentos combinados e... 3, 2, 1 Goooooooo! Ele deu um looping comigo e começamos a despencar em queda livre, logo vi o terceiro homem se aproximando, o Rodrigo Kristensen, cameraflyer que filmou e fotografou todo o salto. A emoção era tão grande que em queda livre eu entrei num estado de tanta adrenalina, uma espécie de êxtase emocional, é como se entrássemos em outra dimensão física, mental, emocional e até espiritual... E entramos mesmo, faltam palavras no dicionário para esse novo "estado"! Por isso nos meus estudos sobre o assunto só chamarei de “estado de queda livre”. E uma das coisas que mais me fascina é justamente essa superação do medo a cada salto, devido às tecnologias avançadas dos equipamentos que conferem altos níveis de segurança ao esporte. E no Brasil contamos com instrutores altamente capacitados, então, vai por mim, não tem erro nenhum. É chegar e botar pra baixo!

Chegamos em terra firme com a máxima segurança e, como ocorre com a maior parte dos paraquedistas até hoje, a primeira frase que saiu da minha boca foi: “Quero saltar de novo”. Por isso o nome do meu Projeto... FLY AGAIN! Foram os melhores e mais bem vividos 60 segundos de toda a minha vida, isso eu posso dizer com toda a certeza.

A sementinha da queda livre foi plantada em mim e, como uma paixão a primeira vista, o paraquedismo nunca mais saiu da minha cabeça e dos meus projetos pessoais. No início de 2004 me formei no curso AFF (sigla para Accelerated Free Fall - o método mais avançado do mundo para quem deseja se tornar pára-quedista). Em 2005 sugeri uma pauta aos editores da revista Trip, que foi aceita de bate e pronto: descobri um psiquiatra residente em Belém do Pará, o Dr. José Paulo de Oliveira Filho, pioneiro no Brasil na percepção do potencial terapêutico do estado de queda livre. Escrevi uma reportagem de duas páginas para a revista sobre o trabalho do "Doutor Aventura": na época ele utilizava o paraquedismo para o tratamento complementar de distúrbios como ansiedade, depressão, estresse e dependência química.

E a matéria fez com que mais uma semente fosse plantada em meu coração: a de que o assunto tinha alto grau de ineditismo e que ainda tinha muito a ser explorado, tanto do ponto de vista científico como jornalístico. Segui adiante com esse projeto em mente e hoje ele está virando um estudo de pós-graduação, cujo tema será “Uma nova terapia dos ares: o potencial psicológico do estado de queda livre (60 segundos a 250 Km por hora) no tratamento complementar e redução dos efeitos de distúrbios como ansiedade, depressão, stress, síndrome do pânico e dependência química”.

Em um primeiro momento, a ideia é fazer cerca de 100 entrevistas para comprovar, quantitativa e qualitativamente, os efeitos psicológicos e emocionais da queda livre. Em uma segunda etapa, o sonho é entender as mudanças fisiológicas do organismo, quando deverei saltar com eletrodos na cabeça ou outros dispositivos pelo corpo para analisar as transformações neurológicas e hormonais que sofremos no estado de queda livre.

Esse é o início do Projeto FLY AGAIN!. O grande sonho, no entanto, é fazer 500 saltos paralelamente ao estudo científico, virar instrutor de salto duplo, estabelecer parcerias com clínicas de psicologia do país e levar para saltar, em Boituva-SP, grupos de pessoas que desejam provar os benefícios da queda livre e, logo em seguida, conceder entrevistas para a minha pesquisa.

O projeto será repleto de saltos e entrevistas, saltos e entrevistas... Até completar 500 saltos e 100 entrevistas! Vai dar tudo certo, tenho certeza!

Afinal, no pára-quedismo o que mais vale é aquela máxima: "a vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos momentos em que perdemos o fôlego de tanto rir, de surpresa, de êxtase, de felicidade..." E eu vou além: “perdemos o fôlego de tanta emoção gerada nesse estado alterado de consciência chamado free fall”.

Valeu Galera!
Aloha Adrenalina...
Thiago Romero
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"Quando você tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve e para onde desejará voltar." Leonardo da Vinci

Clique aqui e leia a reportagem "Divã nas Nuvens" na revista Trip.